Qual é o Melhor Anticoncepcional para Você?

Hoje a gente vai falar sobre os anticoncepcionais. Qual será que é o melhor pra você? Eu vou falar sobre os tipos de anticoncepcionais mais indicados para quem não quer ganhar peso, pra melhorar a pele e tratar doenças ginecológicas como a endometriose, suspender a menstruação, quais são os que possuem menos hormônios, qual tomar durante a amamentação, quais são os mais baratos e muito mais.

Qual é o melhor anticoncepcional para você?

É preciso ter em mente a função dos hormônios presentes nos anticoncepcionais orais, porque existem vários tipos, combinações e quantidades diferentes na formulação de cada um. O foco principal deste post são os anticoncepcionais orais, mas eu vou falar também de outros tipos, como o DIU e o implante hormonal.

As pílulas combinadas, que possuem dois hormônios, são compostas por um tipo de progesterona sintética, e o etinilestradiol, que é o estrogênio sintético, ou pelo valerato de estradiol, que é o estrogênio natural.

Existem vários tipos de progesterona sintética, como o levonorgestrel e o desogestrel, o acetato de ciproterona, a drospirenona e o gestodeno, entre outros. São eles os principais responsáveis por inibir a ovulação, diminuir a quantidade do muco cervical e deixar ele mais grosso, menos elástico, pra dificultar a locomoção dos espermatozoides, por isso a progesterona é a principal responsável por impedir a gravidez.

O estrogênio presente nas pílulas combinadas, que pode ser sintético ou natural, tem como objetivo tornar o sangramento previsível, e em grandes quantidades pode provocar muitos efeitos colaterais e aumentar os riscos de episódios graves, como a trombose venosa profunda.

Anticoncepcionais com menos hormônios

Para quem procura pílulas anticoncepcionais com menos hormônios para não sofrer com os efeitos colaterais, pode apostar nos anticoncepcionais orais com dosagens de etinilestradiol entre 15 e 30 mcg.

É pela quantidade desse hormônio sintético que os anticoncepcionais orais são classificados. Existem as pílulas de ultrabaixa dosagem, baixa dosagem, média dosagem e alta dosagem. Quanto maior a quantidade de etinilestradiol, maiores são os efeitos colaterais, como o ganho de peso, o risco de trombose e cânceres que são influenciados pelos hormônios femininos, como o câncer de mama.

As pílulas de baixa dose são as que têm entre 20 e 30 mcg de etinilestradiol, que correspondem a 0,02 mg e 0,03 mg. As de ultrabaixa dosagem possuem 15 mcg de etinilestradiol, as de média dosagem possuem de 35 a 40 mcg de etinilestradiol, e as de alta dosagem possuem 50 mcg do hormônio, mas é bem raro hoje em dia encontrar uma dessas no mercado.

As pílulas de ultrabaixa dosagem não são a melhor alternativa porque elas costumam causar muitos sangramentos de escape e mais tempo de adaptação. Elas vão ser indicadas nos casos em que meninas mais novas já apresentaram muitos efeitos colaterais com outros anticoncepcionais. Alguns nomes são o Tâmisa 15, Siblima, Allestra 15, Lizzy e Minesse, que também são boas alternativas para quem quer evitar a retenção de líquido e o ganho de peso.

As de baixa dosagem ficam entre 20 e 30 mcg de etinilestradiol. Algumas marcas que possuem 20 mcg são o Tâmisa 20, Primera 20, Femina, Iumi, Yaz e Yasminelle, Feminique 20 e Ingrid.

Outros que possuem 30 mcg de etinilestradiol são o Yasmin, Primera 30, Tâmisa 30, Gracial, Microvlar e Elani Ciclo.

Melhor anticoncepcional para não ganhar peso

E vamos ver, também, quais são os melhores anticoncepcionais para não ganhar peso. Os contraceptivos orais à base de drospirenona e de gestodeno, que são os tipos de progesterona sintética que causam menos retenção líquida, são as melhores opções para as mulheres que têm uma tendência maior a apresentar esse efeito, e para quem já quer prevenir o inchaço e o ganho de peso por causa dessa retenção.

A progesterona causa retenção de líquido porque tem uma tendência antidiurética, e o inchaço provocado por essa retenção pode aumentar o volume abdominal e é muito comum que afete as pernas e as extremidades do corpo.

A drospirenona e o gestodeno são os tipos de progesterona que são derivadas de agentes diuréticos, por isso que apresentam menos chances de causar a retenção de líquidos.

É possível encontrar esses anticoncepcionais orais com os nomes genéricos, como drospirenona + etinilestradiol ou gestodeno + etinilestradiol, mas por vários outros nomes comerciais, que eu vou listar pra vocês:

Os que contêm a drospirenona são o Iumi, Yasminelle, Yaz e similares, como o Diva 20, Ingrid e Feminique 20, que possuem 3 mg de drospirenona e 20 mcg de etinilestradiol, e o Yasmin, que tem 3 mg de drospirenona e 30 mcg de etinilestradiol.

Os que possuem o gestodeno são o Diminut e o Ginesse, com 75 mcg de gestodeno e 20 mcg de etinilestradiol, e o Tâmisa, com 75 mcg de gestodeno e 20 ou 30 mcg de etinilestradiol.

É preciso se atentar bastante à dosagem do etinilestradiol na pílula. O ideal é escolher uma pílula que tenha a drospirenona e o gestodeno combinada com uma dose de etinilestradiol de, no máximo, 30 mcg. Mais do que isso, as pílulas já são consideradas de média ou alta dosagem, e oferecem mais efeitos colaterais, como o ganho de peso. Todas as pílulas que eu citei antes já estão dentro dessa faixa, mas também existem as pílulas de ultrabaixa dosagem com o gestodeno e apenas 15 mcg de etinilestradiol, que são:

  • Tâmisa 15;
  • Siblima;
  • Allestra 15;
  • Lizzy;
  • E o Minesse.

O que acontece é que essas pílulas de ultrabaixa dosagem podem causar mais sangramentos de escape, por isso não são todas as mulheres que se adaptam tão bem a uma dose tão baixa.

Para melhorar a pele

As pílulas combinadas também são utilizadas para diminuir a oleosidade da pele e tratar a acne causada por problemas hormonais.
Nesse sentido, os melhores anticoncepcionais são os que possuem a progesterona sintética na forma de ciproterona, drospirenona, clormadinona e dienogeste na fórmula.

Os que contêm a ciproterona na fórmula são Diane 35, Selene, Diclin ou Lydian. Todos eles possuem 35 mcg de etinilestradiol, são pílulas de média dosagem geralmente utilizadas em casos mais severos de acne porque são mais fortes e menos seguras para o uso contínuo quando comparadas às outras pílulas. Nenhum deles pode ser usado apenas com o objetivo de evitar a gravidez, porque foram formulados especificamente para o tratamento da acne.

Elani e Althaia são algumas marcas que possuem a drospirenona, ambas são de baixa dosagem.

Os que possuem a clormadinona são Belara e Chariva, com 30 mcg de etinilestradiol, e o Belarina, que têm uma dosagem mais baixa, de 20 mcg de etinilestradiol,

Uma marca bastante conhecida com o dienogeste na fórmula é o Qlaira.

Todos esses são indicados para o tratamento da acne leve a moderada, nos casos em que a acne é causada por alguma doença que aumenta os níveis da testosterona e outros androgênios no corpo, como a síndrome dos ovários policísticos, quando as espinhas pioram ou ficam mais inflamadas antes da menstruação, quando a acne não melhora com outros tratamentos de pele e também quando a mulher quer aliar o tratamento com um método contraceptivo para ter os dois benefícios ao mesmo tempo.

O tratamento da acne com os anticoncepcionais orais geralmente começa a apresentar resultados a partir dos 3 meses até os 6 meses de uso e deve ser acompanhado pelo médico em toda a sua duração.

Para suspender a menstruação

Também é possível suspender a menstruação usando os contraceptivos orais, principalmente as minipílulas que contêm apenas progesterona. Elas são de uso contínuo e benéficas em vários sentidos, porque sem o etinilestradiol os efeitos colaterais do anticoncepcional são bem menores.

As minipílulas que você pode encontrar nas farmácias são:

  • Norestin e Micronor, que possuem 0,35 mcg de noretisterona;
  • Cerazette, Nactali, Juliet, Kelly, que possuem 0,075 mcg de desogestrel;
  • E Exluton, que possui 0,5 mcg de linestrenol.

As cartelas vêm com 28 comprimidos e eles devem ser tomados de forma contínua, um por dia, no mesmo horário, sem pausa entre uma cartela e outra. Mas no período de adaptação com a minipílula, dentro dos 3 primeiros meses podem ocorrer sangramentos de escape.

Se você toma um anticoncepcional que tem etinilestradiol na composição e quer interromper a menstruação, basta emendar uma cartela na outra sem dar essa pausa, isso vai evitar que o sangramento ocorra naquele mês. Mas isso não deve ser feito sempre com as pílulas combinadas, caso a mulher queira interromper a menstruação todos os meses, aí deve trocar o anticoncepcional pela minipílula ou por outros métodos contraceptivos, como o DIU hormonal.

Parar de menstruar não vai fazer mal à saúde porque a menstruação não é uma limpeza que o corpo realiza, é simplesmente o reflexo de que a mulher não ficou grávida naquele mês.

Inclusive, parar de menstruar pode ser necessário em muitos casos, como na endometriose, em caso de cistos no ovário, miomas, TPM forte e anemia falciforme.

Mas o uso dos anticoncepcionais para interromper a menstruação deve ser feito com a orientação e acompanhamento do médico ginecologista, levando em consideração que o uso contínuo de hormônios com essa finalidade pode vir a causar infertilidade definitiva, e também aumenta os riscos de desenvolvimento de eventos graves, como trombose e câncer de mama.

Para quem amamenta

E durante a amamentação também é preciso se cuidar!

A mulher fica protegida durante o aleitamento exclusivo até os 6 meses de idade do bebê, porque não ovula e nem menstrua, mas só se a amamentação for exclusiva. Quando o bebê começa a introdução alimentar, ele mama menos e a ovulação já pode acontecer. E também, as mulheres que, por algum motivo, não podem ou escolhem não amamentar exclusivamente o bebê desde o início, também precisam dessa proteção. Nesse caso, o anticoncepcional já pode ser tomado a partir da 3ª ou 4ª semana após o parto, mas, preferencialmente, só a partir da 6ª semana. Antes disso, se houver relações sexuais, deve-se usar preservativo.

Os anticoncepcionais permitidos durante a amamentação são os que contêm apenas progesterona, já que o estrogênio pode aumentar o risco de trombose, alterar a quantidade e qualidade do leite produzido e passar para o leite materno, afetando os rins e o fígado do bebê.

Então, existem algumas alternativas:

  • As minipílulas Norestin e Micronor, Cerazette, Juliet, entre outras, que devem ser tomadas todos os dias, no mesmo horário;
  • A injeção trimestral Depo provera, que deve ser aplicada a cada 12 semanas;
  • Também pode ser usado o Implanon em forma de anel vaginal de etonogestrel, que deve ser trocado a cada 3 semanas, ou o Implanon na forma de implante subcutâneo, cujo efeito dura 3 meses.

É muito importante tomar as minipílulas de uso contínuo no mesmo horário porque um atraso de 3 ou 4 horas já é suficiente para diminuir o efeito da pílula. E as injeções trimestrais não costumam ser recomendadas pela intensidade dos efeitos colaterais e sangramentos de escape.

Para quem tem endometriose

Os anticoncepcionais também podem ser utilizados no tratamento de doenças ginecológicas, como a endometriose, ovário policístico e miomas.

O tratamento da endometriose com alguns tipos de anticoncepcionais visa suspender a menstruação e reduzir a inflamação das lesões, deixando-as menos ativas, o que vai gerar o alívio de sintomas como cólicas, dores na região pélvica e sangramentos.

Como o anticoncepcional bloqueia a produção da progesterona e do estrogênio natural, que é o responsável por estimular o crescimento de tecido endometrial, consequentemente a doença é controlada, mas, ainda assim, pode progredir, por isso que o acompanhamento com o profissional é muito importante.

O tratamento da endometriose com o anticoncepcional é feito de maneira contínua com pílulas que contém estrogênio e progesterona, ou seja, não é feita a pausa entre uma cartela e outra, durante seis a nove meses. Depois desse período, o médico pode recomendar parar de tomar o anticoncepcional por uma semana para que o sangramento menstrual ocorra. Lembrando que só o médico é que pode indicar qual o anticoncepcional mais indicado nesse caso e por quanto tempo irá durar o tratamento.

Existe um medicamento chamado Dienogeste, à base desse hormônio que é uma progesterona sintética, mas não se trata de um anticoncepcional, ele foi desenvolvido especialmente para tratar os sintomas da endometriose. Você pode conversar com o seu médico sobre esse remédio.

E o DIU hormonal também pode ser outra alternativa no tratamento.

Para quem tem ovário policístico

No tratamento da síndrome do ovário policístico, a SOP, a pílula anticoncepcional oral é bastante eficaz, porque bloqueia a produção de testosterona pelos ovários, e é geralmente associada à metformina, que é um medicamento antidiabético, para tratar a resistência insulínica que costuma estar presente junto com a SOP. Juntos, eles combatem melhor o excesso de pelos faciais e corporais, que é um dos sinais da doença.

Na prática, os anticoncepcionais orais mais utilizados são os que possuem a progesterona com ação antiandrogênica, o Yasmin e similares, como o Dalyne, que contém drospirenona.

Outros tipos de anticoncepcionais podem ser usados também, como os anéis vaginais e os implantes cutâneos.

Para tratamento de mioma

Os anticoncepcionais orais combinados também são usados no tratamento do mioma, mas para controlar alguns sintomas, como o sangramento e as cólicas menstruais. O anticoncepcional não faz os miomas diminuírem ou desaparecerem, pelo contrário, em alguns casos podem acelerar o seu crescimento.

E eles são eficazes em controlar alguns sintomas porque o estrogênio sintético presente na formulação da pílula impede a produção do estrogênio natural pelo organismo, que nutre os tumores benignos.

Só o médico pode indicar qual é o tipo, a marca e a combinação de hormônios ideal para tratar o quadro.

Melhor anticoncepcional para cada idade

O ginecologista também pode levar em consideração a idade da mulher na hora de prescrever o anticoncepcional. Na adolescência, geralmente, as pílulas anticoncepcionais são os métodos mais utilizados, porque são de fácil acesso e baixo custo. Nesse caso, é possível começar com as pílulas de baixa dosagem, entre 15 e 30 mcg de etinilestradiol, como Tâmisa 15, Tâmisa 20 ou Tâmisa 30, Yaz ou Yasmin.

As injeções também são bastante populares nessa idade, tanto a mensal quanto a trimestral, porque só precisam ser aplicadas a cada 30 ou 90 dias. Mas no caso da não adaptação, a substância ainda continua sendo liberada no organismo.

As mulheres adultas que não planejam ter filhos no momento, podem optar por outros tipos de anticoncepcionais de longa duração e reversíveis, como o DIU hormonal, que ainda vai acabar com a menstruação, o que muitas mulheres consideram uma vantagem. Quem não se adaptar ao DIU hormonal ou com o DIU de cobre, que aumenta o fluxo menstrual, pode tentar o Implanon na forma de implante subcutâneo que dura 3 anos.

A partir dos 40 anos, a indicação é que o método contraceptivo escolhido não tenha estrogênio e seja eficaz a longo prazo, como DIU de cobre, o DIU hormonal, ou o Implanon também.

Anticoncepcionais mais baratos

E pra finalizar eu trago alguns nomes das pílulas anticoncepcionais combinadas mais baratas do mercado.

Por menos de R$ 10,00, você encontra várias marcas:

  • Ciclo 21;
  • Nociclin;
  • Evanor;
  • Ciclofemme;
  • E microvlar.

Por até pouco mais de R$ 20,00 você pode comprar os anticoncepcionais Ingrid, Allestra 15 e Diclin, enquanto o Selene, Siblima, Tâmisa, Diane 35, Lydian e Level podem custar até R$ 30,00 ou um pouco mais.

É muito importante ressaltar que nenhum anticoncepcional deve ser iniciado sem a orientação médica, especialmente se for a primeira vez que vai ser utilizado ou se a mulher tem enxaqueca e tendência a desenvolver trombose, por exemplo. Eu espero que esse post tenha sido útil pra você. Até mais!

Atualizado em: 29/06/2023 na categoria: Anticoncepcionais