Hoje eu quero falar aqui sobre a clorpromazina, um medicamento antipsicótico típico que pode ser utilizado, também, no tratamento da ansiedade.
Para que serve o Cloridrato de Clorpromazina?
O cloridrato de clorpromazina serve para controlar psicoses de evolução longa, como a esquizofrenia, mas também a ansiedade e agitação, soluços persistentes, enjoos, vômitos e neurotoxicoses infantis.
Bom, as psicoses são estados mentais de perda de conexão com a realidade. São transtornos que podem estar associados a vários sintomas, como alucinações e delírios, mudanças de personalidade, pensamento desordenado, dificuldade de socialização e mesmo para manter as atividades mais simples do cotidiano.
A clorpromazina também auxilia no tratamento do tétano em conjunto com medicamentos barbitúricos, e é utilizada para tratar a eclâmpsia e a dor durante o parto.
Como ela é um antipsicótico típico, assim como o haloperidol, ela age bloqueando os receptores da dopamina no cérebro. Já os antipsicóticos atípicos, que são os de segunda geração, bloqueiam os receptores de dopamina e de serotonina também.
O excesso de dopamina no cérebro está relacionado às psicoses e outros transtornos mentais, ansiedade, por isso a clorpromazina é eficaz, porque age impedindo a ação da dopamina.
Outra diferença importante é relacionada aos efeitos colaterais. A clorpromazina e os outros antipsicóticos de primeira geração costumam causar sintomas extrapiramidais, como tendência a quedas, tremores e dificuldade de se manter de pé, enquanto os de segunda geração não causam esses efeitos.
O medicamento de referência da clorpromazina é o Amplictil e alguns similares são a Clopsina, Clorpromaz e Longactil. É possível encontrá-la na forma de solução oral e comprimidos de 25 mg e 100 mg.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais mais comuns causados pela clorpromazina são o ganho de peso, que pode ser significativo, a sensação de sedação e sonolência, sintomas extrapiramidais e efeitos atropínicos, que é um efeito de inibição, além da hipotensão ortostática, que é a queda da pressão ao levantar e as discinesias tardias, que causam movimentos anormais do corpo.
Outras reações adversas comuns são alterações no eletrocardiograma, convulsões, aumento da produção da prolactina, que é o hormônio do leite, e ausência de menstruação, além de intolerância à glicose.
Tratamento
O tratamento com a clorpromazina pode ser feito com doses que variam de 25 a 1600 mg ao dia, isso porque esse fármaco tem uma grande margem de segurança.
As doses iniciais são mais baixas, é claro, ficando entre 25 a 100 mg, 3 a 4 vezes ao dia para adultos. A dose de manutenção diária geralmente varia entre 500 mg e 1 g para a maioria dos pacientes.
Para crianças, a dose inicial recomendada é de 1 mg por kg por dia, dividida em 2 ou 3 tomadas, não ultrapassando a dose máxima diária de 40 mg para as crianças com até 5 anos e de 75 mg em crianças mais velhas.
A clorpromazina pode ser utilizada na forma de comprimidos ou solução oral. Essas doses devem ser prescritas pelo médico e não devem ser alteradas por conta própria.
Esse não é um medicamento tarja preta, ou seja, não causa dependência química, mesmo quando utilizado de maneira contínua para o controle de psicoses de longa evolução. Mas a venda só é feita mediante a apresentação da receita médica.
Atualizado em: 28/09/2022 na categoria: Antipsicóticos